Ouso um canto lírico embalado por violoncelos sem cordas, as cordas se foram, como as almas dos inocentes, que mesmo sem almas choram dentro de seus túmulos por não terem sentindo a vida, não podemos negar a existência desses sons dentro do nosso corpo, a orquestra que rege nossa vida esta dentro de nos, o leve som das vozes agudas, o conjunto de cordas, o ar que atravessa flauta e emite um som triste como as lagrimas dos apaixonados que são abandonados.
A musica da vida e entoada a cada segundo dos nossos dias, e nunca paramos para observar os pássaros que liberam seus pulmões para anunciar que mais um dia começou, as arvores dançam porque não podem gritar para liberar oxigênio, os rios que se esbarram em busca de um lugar para se acalmar e se ouvir o leve pingo de água que se forma em cima das folhas após a chuva.
Somos capazes de ouvir tantas coisas, e não somos capazes de ouvir a nos mesmo, não queremos escutar o mundo, o destino, a nossa consciência, queremos sempre saber o que os outros pensam e não escutamos a nossa própria voz, talvez a tristeza venha para anunciar que devemos parar e ouvir o que nosso corpo esta cantando, a vida e uma somatória de notas, que sempre esta sendo regida por um céu azul e branco, o dedilhado das notas formam as cores do arco íris que se forma no céu em anuncio de uma breve e curta chuva, o coral de voz sem corpo, sem maldade.
A nossa voz emite grandes notas, e dependendo dessas notas podem se ouvir uma melodia triste ou não, ser feliz, e também saber escutar de forma clara a melodia que a vida se coloca diante de nos mesmos, estar apaixonado, e busca sempre no outro a metade de nossa musica, e amar, e aprender a tocar a melodia do outro, sem que nem mesmo ele saiba toca-la. Será que minha musica esta sendo escrita nas entre linhas de minha alma, entre as veias que permitem que o sangue bombeie para meu coração, eu canto o meu desejo para o mundo, e sinto que o mundo não escuta, será minha voz, meus pulmões, ou será que falta eu escutar o mundo, a espada foi tirada do seu protetor de couro e prata com pedras vermelhas como sangue, o som foi cortante, como o som da rejeição, e a agora a espada esta ali, brilhante, com seu tamanho pequeno diante do tamanho do mundo que a rodeia, o que fazer?
-cortar sua própria sombra.
Ou deixar que o sol levante sobre seu brilho um som de verão com chuva, as lagrimas não iram mais cair, eu prometo, a minha musica esta aqui, perto de mim, nas minhas apresentações, e eu estou ouvindo, estou cantando, falta pouco para que minha melodia melhore e eu possa tocar junto com a vida novamente, posso desafinar, errar algumas notas, mais a nunca deixarei de tocar, assim como não podemos deixar de nos apaixonar, amar, ter sentimentos que a maioria do mundo teimam querer anunciar suas tristezas, a musica do amor e boa, só temos que ter paciência e saber escutar com sabedoria varias vezes, nem todas as vezes que escutarmos vai ser prazeroso, mais pense que é mais uma musica que seu corpo já sabe tocar, e a próxima pode ser tão boa quanto a que você escutou.
Fazer escolhas pode magoar a humanidade inteira, pode matar uma pessoa, mais pode salvar uma corda que não esta no violoncelo, sim, se você escolher não escutar a musica que é colocada para você, vá em frente e troque de instrumento, ate mesmo os violoncelos de outras cidades emitem um sofrimento que jamais imaginei que poderia ouvir.
Estou encontrando a cada dia uma corda dentro do meu corpo e não sei de onde elas estão saindo, não sei como estou tocando, mais sei que a musica hora e boa, hora não é, mais o importante e que estou sabendo escutar, mesmo que a musica seja sofrida, porque não aprender com seu sofrimento, ou que a musica seja uma nova vida porque não viver sem medo de cantar, desafinar, eu não sou o melhor dos músicos, mais procuro ser o melhor dos seres humanos, o amor veio e me levou como seu fã e agora que eu peço sua atenção ele me nega, e não toca mais para o mundo.
O violoncelo cai sobre um chão de vidro.
Quebrou seu coração.
As cordas foram encontradas.
Justo agora! Que o violoncelo foi quebrado.
Kairo Ribeiro
quinta-feira, 30 de abril de 2009
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Quando eu acordei, estava chorando...
A menina dos meus olhos, cansada, triste
Se recompõe dos sonhos guardados
Olhando para uma tela brilhante te uma noite só.
E a luz que me cega, e a mesma que me faz enxergar
Um nome um lindo.
De um filme.
De um perfume.
De uma mulher.
Que me pediu uma poesia e eu lhe dou um sentimento
As conexões foram feitas para que as palavras
Fossem desfeitas em um silencio mecânico
De uma esperança de um sono que não chega
E o nome que me embriagou por esse caminho foi...
Kairo Ribeiro. (risos)
Se recompõe dos sonhos guardados
Olhando para uma tela brilhante te uma noite só.
E a luz que me cega, e a mesma que me faz enxergar
Um nome um lindo.
De um filme.
De um perfume.
De uma mulher.
Que me pediu uma poesia e eu lhe dou um sentimento
As conexões foram feitas para que as palavras
Fossem desfeitas em um silencio mecânico
De uma esperança de um sono que não chega
E o nome que me embriagou por esse caminho foi...
Kairo Ribeiro. (risos)
sábado, 25 de abril de 2009
Para o adeus
Preciso ir...
...ocupar as lacunas do coração.
Com passos largos
Sem indecisão
Não quero seguir a emoção
É hora de ouvir Kant
(Quem manda é a razão)
Preciso ir...
Para longe das putas
de plumas negras e voz
de mel.
PA-RA-SI-TA
É o pássaro que não saí
do ninho e que vê a vida
como um moinho
há girar, girar e ficar
no mesmo lugar.
Preciso ir...
Para longe do eu lírico
E falar como um surdo.
Saibam que estou indo
Preciso ir...
Para longe de você.
...ocupar as lacunas do coração.
Com passos largos
Sem indecisão
Não quero seguir a emoção
É hora de ouvir Kant
(Quem manda é a razão)
Preciso ir...
Para longe das putas
de plumas negras e voz
de mel.
PA-RA-SI-TA
É o pássaro que não saí
do ninho e que vê a vida
como um moinho
há girar, girar e ficar
no mesmo lugar.
Preciso ir...
Para longe do eu lírico
E falar como um surdo.
Saibam que estou indo
Preciso ir...
Para longe de você.
(Kairo Ribeiro)
terça-feira, 21 de abril de 2009
O menino
O menino que já delirava da febre de amor.
Foi desprezado por todas as mulheres que o infectaram com essa doença!
Ate que encontrou uma barata, que olhou no fundo dos olhos do menino (olhos castanhos, cheios ainda do sal das lagrimas) e com uma voz macia disse:
-Eu estou apaixonada por você, meu humano.
O menino parou meio sem saber o que se passava, pensou, pensou... Abriu um sorriso meia boca e analisou aquelas palavras que sempre quis ouvir.
Depois de alguns minutos, o menino resolveu beijar a barata, talvez porque em toda sua vida ela era a única que o amava.
No meio do beijo, dos sentidos, das estrelas sobre o céu, dos fogos de artifícios, o menino mastigou a barata e morreu de infecção.
Foi desprezado por todas as mulheres que o infectaram com essa doença!
Ate que encontrou uma barata, que olhou no fundo dos olhos do menino (olhos castanhos, cheios ainda do sal das lagrimas) e com uma voz macia disse:
-Eu estou apaixonada por você, meu humano.
O menino parou meio sem saber o que se passava, pensou, pensou... Abriu um sorriso meia boca e analisou aquelas palavras que sempre quis ouvir.
Depois de alguns minutos, o menino resolveu beijar a barata, talvez porque em toda sua vida ela era a única que o amava.
No meio do beijo, dos sentidos, das estrelas sobre o céu, dos fogos de artifícios, o menino mastigou a barata e morreu de infecção.
Kairo Ribeiro
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